IMAGEM: jamd.com (MAX POR CIMA: ele estruturou a FIA para perpetuar-se em seu topo indefinidamente)
Jonathan Noble, o onipresente e competente repórter da Autosport, faz hoje uma preciosa análise de como se dará o processo de sucessão à presidência da FIA em outubro próximo. A análise é preciosa e eu recomendo a leitura.
Depois de acabado o texto de Noble, você descobre como Max Mosley transformou a eleição para presidente da FIA em um emaranhado processo com várias camadas e sub-camadas de complexa e rebuscada burocracia.
Para isso Mosley transformou a FIA em um clube fechado, introduzindo em 2005 um mecanismo sob o qual cada candidato precisará estabelecer um gabinete de 22 membros de dentro da FIA — aí incluindo membros da alta cúpula da entidade —, formando uma equipe sob a qual esse nome deverá ter a sua candidatura apoiada.
Formados os feudos dentro da própria FIA, nenhum desses membros poderá apoiar dois candidatos ao mesmo tempo, o que deixa um desafiante novo no clube — como no caso de Ari Vatanen — com membros menos influentes em seu gabinete. Se Max não concorrer à eleição, quem receber o seu apoio— por acaso o maquiavélico e detestado Jean Todt — quase que certamente herdará muito da sua influência e poder, transformando-se imediatamente no favorito ao cargo.
O fato explica porque a FOTA exigiu que Mosley permanecesse fora da próxima eleição, já que a forma como ela está estruturada hoje beneficia o atual presidente e sua corja.
Não é por acaso, portanto, que Bernie Ecclestone tenha feito um elogio entusiasmado dos regimes totalitários no último domingo. Assim como nas republiquetas de bananas que têm suas constituições reescritas a cada cinco anos por seus ditadores, o seu amigão Mosley pretende perpetuar-se no poder indefinidamente — para isso transformando a FIA em uma instituição quase que impenetrável.
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